domingo, 3 de julho de 2011







Querido amigo,

Hoje revisitei Paris assistindo a um belo filme do genial Woody Allen. Como sou de corpo e alma apaixonada por essa cidade, mergulhei na tela e me transportei através dele ao tempo passado, tão sonhado por mim: A Belle Époque.

Ah! Caro amigo, como somos saudosos do ontem! Parece que não foi só Proust que buscava o tempo perdido, todos nós vivemos à procura dele, seja em qualquer fase da vida. O filme, feito por um intelectual, profundo conhecedor da literatura e das artes, nos transporta para um mundo lírico, onde viver intensamente era o essencial para aqueles jovens sonhadores, ricos ou pobres, que iam à cidade luz, estudar todas as artes, até mesmo a do amor.

Nós assistentes e personagens, embalados pela música de Cole Porter pudemos vivenciar a vida parisiense na sua fase áurea, chamada sabiamente a Idade do Ouro. O gênio do cineasta, apresentando magistralmente os grandes nomes das artes e literatura tão nossos conhecidos, nos colocou dentro do filme.

Quem não vibrou com as inteligentes frases de Ernest Hemingway, Gertrude Stein, a irreverência de Picasso, as loucuras de Dali e tantos outros momentos de beleza e encanto. Caminhar em Paris debaixo da chuva! Amar, rir e por que não chorar! Quem não se lembra de “Cantando na Chuva”? Quem não caminhou um dia nas suas madrugadas frias e silenciosas?

E a loucura das festas milionárias embaladas pelo “Charleston”, onde todos dançavam, bebiam e amavam como se não houvesse amanhã. Para nós que amamos a literatura na sua essência e a arte, este filme nos proporcionou um magnífico passeio no tempo, mostrando com maestria o ontem e o hoje e as suas diferenças, numa lição onde o importante é a felicidade e a realização dos sonhos. Abraços com mil saudades. Recife/Junho/2011.